26 de fevereiro de 2024
Tecnologia e Inovação
O 6G promete causar uma grande mudança no universo tecnológico e na indústria de telecomunicações que conhecemos hoje. Com velocidades ultra rápidas, comunicação por terahertz e uma ligação com a inteligência artificial: conheça o 6G.
O mundo avança ao longo dos anos. Evolui, se adapta e, é claro: se reinventa. Nesse sentido, a tecnologia da internet não fica para trás. A sexta geração (6G) de tecnologia da internet está a caminho, e promete transformar o mundo digital (e a maneira como interagimos com ele).
O 6G, além de ser uma evolução do 5G, é um salto na indústria de telecomunicações, e oferece velocidades de conexão mais rápidas, menor latência e espectros na casa dos terahertz (THz).
Mas, o que exatamente é o 6G, e como ele se diferencia das gerações anteriores?
Saiba o que é a internet 6G
O 6G refere-se à sexta geração da tecnologia de internet móvel, sucedendo o 5G. Enquanto o 5G foca em velocidades de conexão mais rápidas, capacidade aprimorada e latência reduzida para suportar um ecossistema IoT (Internet das Coisas) em expansão, o 6G leva essas capacidades a outro nível.
Prevê-se que o 6G ofereça uma integração mais profunda com tecnologias emergentes como a realidade aumentada (RA), a realidade virtual (RV), e, claro, a Internet das Coisas (IoT).
A transição do 5G para o 6G se faz necessária justamente porque a segunda suporta um maior volume de dados e, claro, pela demanda crescente por conexões mais rápidas e confiáveis.
Como funciona o sistema 6G
O 6G está previsto para o uso de tecnologias inovadoras. Entre elas, comunicação por terahertz (THz), redes de satélite de baixa órbita, redes definidas por software e redes de acesso por rádio inteligente.
Operando em frequências muito mais altas do que o 5G, o 6G poderá transmitir dados com velocidades incrivelmente altas. No entanto, estas frequências de onda mais curtas têm um alcance limitado, e são mais suscetíveis a obstruções físicas também.
Para superar esses desafios, o 6G depende de uma tecnologia avançada de antena.
6G além da tecnologia móvel
O impacto do 6G vai muito além da melhoria da tecnologia móvel: um de seus objetivos é aprimorar a utilização de dados de radiofrequência — subaproveitados nas tecnologias que já conhecemos.
Com o 6G, as redes poderão funcionar como grandes sensores ambientais, aproveitando os sinais refletidos que, hoje, não são utilizados para coletar informações valiosas.
Por exemplo, ao emitir ondas eletromagnéticas, um celular ou até mesmo um óculos com inteligência artificial são alguns dos dispositivos que poderão interagir com o ambiente, criando uma ponte entre o mundo físico e o digital.
Essas altas frequências fazem com que dados mais detalhados sobre o ambiente sejam coletados.
Combinando estas informações com inteligência artificial e aprendizado de máquina, é possível, por exemplo, identificar padrões de respiração anormal em alguém, indicando condições respiratórias agudas ou crônicas antes mesmo que a pessoa esteja ciente de qualquer problema.
Entenda a ligação do 6G com a inteligência artificial
O 6G e a inteligência artificial (IA) estão super conectados, já que o 6G será fundamental na hora de alimentar os sistemas de IA avançados do futuro.
Podendo processar e transmitir enormes quantidades de dados quase que em tempo real, daqui a alguns anos, o 6G fará com que a IA possa executar tarefas complexas com precisão — mais do que a da IA atual, por exemplo.
Além disso, a inteligência artificial também desempenhará um papel importantíssimo na gestão e otimização das redes 6G, garantindo que elas operem sempre com a máxima eficiência e segurança.
Saiba para quando está previsto o lançamento do 6G
O lançamento do 6G continua em fase de pesquisa e desenvolvimento, com previsões apontando para uma implantação comercial no começo da próxima década.
Embora não haja uma data específica confirmada, especialistas do setor sugerem que o 6G poderá começar a ser implementado por volta de 2030.
Esta previsão considera o ciclo de desenvolvimento e a implantação de tecnologias móveis anteriores, como o 5G, que levou cerca de uma década desde sua concepção até a adoção generalizada (que ainda não é de 100%).
Conheça as vantagens do 6G
O 6G é uma inovação que traz diversas vantagens — e em diferentes áreas:
- O objetivo do 6G é alcançar uma velocidade de transmissão de dados de 1 terabit por segundo (Tb/s), funcionando em uma faixa de frequência de 1 terahertz (THz) — uma capacidade ainda não atingida;
- Agora, imagine que você está em uma chamada de vídeo com alguém. A latência é como o tempo de espera entre você dizer algo e a pessoa do outro lado da linha te ouvir. Se a latência é alta, você percebe um atraso — o que, convenhamos: não é legal;
- A redução da latência, uma das vantagens prometidas pelo 6G, significa que esse tempo de espera diminui. É como se as pessoas ouvissem o que você diz sem nenhum atraso. Tudo acontece em tempo real, sem aquela sensação de estar “travando”;
- O 6G suportará um número muito maior de dispositivos conectados ao mesmo tempo, facilitando o crescimento da Internet das Coisas (IoT). Ele promete ser mais confiável e proporcionar conexões mais estáveis — o que é essencial para serviços críticos e aplicações empresariais;
- Por último, espera-se que o 6G seja mais eficiente em termos de energia, contribuindo, desta forma, para a sustentabilidade ambiental.
Polêmicas e desafios para elaboração do 6G
A trajetória do 6G não está isenta de desafios e polêmicas. Entre eles, estão:
- A implementação do 6G requer uma infraestrutura de rede densa devido ao alcance limitado e à suscetibilidade a obstruções das altas frequências utilizadas. Isso implica custos significativos e desafios logísticos — especialmente em áreas rurais ou de difícil acesso;
- Com o aumento da quantidade de dados transmitidos e a maior integração com dispositivos pessoais e industriais, surgem preocupações sobre a segurança dos dados e a privacidade dos usuários;
- A necessidade de padronização global e regulamentações claras é essencial para evitar a fragmentação do mercado — e, claro: garantir uma implementação segura do 6G;
- Embora o 6G possua o objetivo de ser eficiente em termos energéticos, a construção de sua infraestrutura e o aumento no número de dispositivos conectados podem ter um grande impacto ambiental.
Tecnologia dos corpos
Um aspecto desafiador do 6G é sua integração com a “tecnologia dos corpos”, que se refere ao uso de dispositivos wearable (dispositivos vestíveis) e implantes para monitorar, modificar ou comunicar-se com os processos biológicos do corpo humano.
Essa integração promete avanços em saúde e bem-estar, permitindo o monitoramento em tempo real de condições de saúde, a administração automática de medicamentos e até mesmo o aprimoramento de capacidades físicas e cognitivas.
No entanto, isso também levanta questões éticas e de privacidade profundas, tais como:
- Quem tem acesso aos dados coletados e como eles podem ser usados?
- Como garantir que os dispositivos são seguros e não podem ser hackeados ou mal utilizados?
- A tecnologia dos corpos pode intensificar desigualdades sociais, com avanços tecnológicos disponíveis apenas para quem pode pagar por eles;
- As implicações de ter um dispositivo conectado ao corpo permanentemente — já que isso pode afetar a percepção de individualidade e privacidade de cada usuário.
Estes desafios exigem uma consideração cuidadosa para garantir que os benefícios do 6G e da tecnologia dos corpos sejam realizados de maneira ética e justa — sempre.
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